Documentário sobre café conecta histórias de Brasil e França

Documentário sobre café conecta histórias de Brasil e França

No longa “Meu Mundo Grão”, brasileiro vai ao encontro de mulheres protagonistas no universo cafeeiro; projeto está na fase de captação de patrocínio

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Um brasileiro pelas ruas de Paris, muito café e criatividade no ar. De antemão, esse é o designer de marcas Cris Duarte, que iniciou sua paixão pela bebida ainda na infância, nos momentos afetivos de família, até chegar ao âmbito profissional. Esse amor o levou à criação de um documentário sobre café, chamado “Meu Mundo Grão”. Antes de mais nada, no longa, Duarte vai ao encontro de mulheres protagonistas no universo cafeeiro, em busca de histórias que conectam Brasil e França. Conforme mostra a Revista Expresso.

“Eu trabalhava em uma agência em São Paulo, em 2013, e atendíamos a uma empresa brasileira de café. Fiz alguns trabalhos sobre a bebida e a curiosidade começou a surgir neste momento. Eu havia feito uma viagem de três meses pela Europa em 2012 e visitei algumas cafeterias diferentes. Foi quando passei a ter o hábito de frequentar cafés na cidade e um deles foi o IL Barista. Acredito que lá tomei o meu primeiro espresso de café especial”, conta.

Viagem

Entretanto, foi em 2016 que veio a virada de chave para Duarte em uma viagem para Paris. Na ocasião, ele conheceu alguns coffee shops e teve a impressão de estar entrando numa loja, na qual podemos escolher a cor, o modelo e o tamanho do produto.

“E no café não é diferente, se pensarmos na mesma sequência: torra, variedade ou região e método. E todos os cafés ‘em grãos’ eram moídos na hora. Foi a minha descoberta ao mundo do café especial e toda a história por trás de uma xícara. Diferente do trabalho na agência, mais focado em peças publicitárias sazonais”, ressalta.

Já em 2019, o designer de marcas visitou a Semana Internacional do Café (SIC). Desde já, ele desvendou ainda mais sobre o universo do café especial, pois conheceu a cafeicultora Marcionilia Venância Ramos e seu esposo Zenilton Bourguignon.

“Foi a minha primeira relação e contato com uma família de produtores de cafés. Um ano depois, eu criei o nome Formigas do Café, logo, embalagens, e passei a acompanhar toda a história do casal e se tornou o primeiro case na área. Depois das Formigas, muitas outras histórias vieram e eu fui me apaixonando por este mundo, cada vez mais’’, completa.

Mercado cafeeiro

Apaixonado pelo mundo dos cafés especiais, brasileiro grava documentário sobre o produto Foto: Divulgação

Atualmente, Duarte mora na França com sua esposa e filhos. E ele se dedica exclusivamente ao mercado de cafés.

“Eu consigo agregar valor para o mercado do café servindo o meu conhecimento como designer e estrategista de marca. Ou seja, o que me permite ir além do design. Hoje, a minha relação com o café, além de filtrar histórias e servir um design puro e autoral, também gira em torno de projetos. Que vão desde criar conexões entre pessoas e marcas, relacionamento comercial e a experiência em torno da cultura do café”, explica.

De acordo com o designer de marcas, os torrefadores franceses são importantes na educação do café especial, mesmo sendo um mercado pequeno quando comparado à Alemanha e Itália.

“Um grande aliado são os eventos voltados para os amantes e profissionais do café, como existem ao redor do mundo. São eles que promovem a cultura do grão e atraem cada vez mais adeptos que acabam descobrindo este incrível mundo”, define.

Documentário sobre café

Em suma, com toda essa paixão, ele iniciou o desenvolvimento de um documentário com o intuito de promover e divulgar ricas histórias com o café para o público francês.

“O Brasil é o maior produtor de café do mundo. Porém, nem todos conhecem quem são as pequenas famílias que produzem o grão e se sustentam dessa produção que, geralmente, passa por muitas gerações”, comenta.

Assim, para representar as inúmeras famílias de cafeicultores, escolheram duas produtoras mulheres com perfis diferentes. Portanto, uma é mãe de três meninas e se lançou no mundo dos cafés especiais apoiada pelo marido que já produz café.

“Hoje, ela é uma grande inspiração para muitas jovens, filhas de produtores, a tomarem coragem em trabalhar com cafés. A outra pessoa é uma filha de produtores, que aproveitou a profissão de agrônoma para ajudar o pai produtor, após sofrer um acidente na lavoura. Além da ajuda na gestão, decidiu também criar uma marca própria para os cafés especiais”, explica Duarte.

Dessa forma, ele destaca que quer apresentar a conexão das duas culturas no café: brasileira e francesa. Por fim, o projeto conta com a direção e roteiro de Uiara Araújo e está na fase de captação de patrocínio, com as categorias semente, flor, cereja e grão. Para saber como participar, basta acessar o site.