Torrefação Cooxupé celebra 40 anos de conquistas
Indústria de cafés torrados e moídos comemora atuação no mercado nacional com produtos de alta qualidade, segurança alimentar e certificação
Em setembro de 1984, a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé começou um novo capítulo da sua história com o início dos trabalhos da Torrefação Cooxupé. De antemão, acostumada em atuar com commodity, com a venda de café verde, a cooperativa partiu para a produção e venda do produto final, torrado e moído. Criando, assim, uma nova tradição que trouxe mais robustez ao negócio, além da conquista de outros mercados.
Naquela época, pois, a Cooxupé contava com um pequeno torrador e fazia seu próprio café para servir aos visitantes. Primeiramente, a alta qualidade, o sabor inigualável e o aroma único conquistavam quem passava pela cooperativa. De acordo com Mário Panhotta da Silva, superintendente de Torrefação e Novos Negócios da Cooxupé, existia um anseio do cooperado em ter seu café industrializado.
“Na ocasião, éramos uma cooperativa pequena. O cafeicultor enviava o produto, nós separávamos alguns quilos para torrar em um torrador pequeno que tinha no armazém e ele levava esse grão torrado para casa. O primeiro ‘ensaio’ de Torrefação foi esse”, conta.
- Torrefação Cooxupé
- Ampliação
- Consumidor final
- Inovação
- Novas maneiras de consumo
- Futuro da Torrefação Cooxupé
- Grandes oportunidades no mercado
- Linha do tempo da Torrefação Cooxupé
- Década de 1990
- Anos 2000
- Principais marcos da Torrefação Cooxupé nos últimos anos
- Outros marcos
- Fotos com a história da Torrefação Cooxupé:
Torrefação Cooxupé
Depois, veio outro anseio: por que não ter o café moído da Cooxupé no mercado? Para unir tudo isso, portanto, o primeiro passo foi comprar a empresa Torrefação de Café Guaxupé Ltda., que ficava na entrada da cidade mineira de Guaxupé. E tinha capacidade para processar até 2 mil sacas do grão por mês.
Após reforma do prédio e manutenção de equipamentos, a Torrefação iniciou sua trajetória de sucesso. Dessa forma, o primeiro produto lançado no mercado foi o Café Cooxupé, que era vendido nas praças de São Paulo, Santos, Campinas, Ribeirão Preto, Orlândia, São João da Boa Vista, no estado de São Paulo. Além de Belo Horizonte e Guaxupé, em Minas Gerais.
“Lá atrás, começamos a distribuir esse produto regionalmente. Era uma indústria pequena, na época era a marca Café Cooxupé, só depois migramos para Evolutto. O cooperado queria ver o produto dele na gôndola para falar: ‘Esse é o meu café, é o café da Cooxupé’. Foi assim que começou a história da Torrefação”, resume Mário Panhotta.
Ampliação
Em seguida, no final de 1986, a Torrefação Cooxupé já produzia 2.500 sacas por mês. A grande demanda levou a cooperativa, em 1994, a ampliar as instalações da indústria e a adquirir equipamentos mais modernos para moagem e empacotamento. Antes de mais nada, o investimento permitiu colocar no mercado outras marcas de café, aumentando sua clientela.
Nesse sentido, o desenvolvimento do mercado torrado e moído e a entrada dos produtos da Cooxupé em importantes pontos do varejo brasileiro, como o Sul de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, trouxeram a necessidade de ampliação da estrutura da empresa e da sua produção.
Assim, em 2015, inauguraram a nova planta da Torrefação Cooxupé no Complexo Japy, em uma área de perímetro de 17.500 metros quadrados e 3.894 metros quadrados de área construída, sendo a grande virada para a companhia. Consolidada no mercado, a empresa é hoje a sétima maior torrefadora do país, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).
“Temos dois grandes marcos. O primeiro foi a alteração das marcas, em uma estratégia de consolidação de café industrializado, desvinculando o negócio Cooxupé e trazendo as marcas Café Evolutto e Prima Qualità. O segundo foi a construção da nova planta industrial”, afirma o superintendente.
Consumidor final
Segundo Mário Panhotta, antes de 2015, era uma produção pequena e muito localizada. Foi quando se atentaram para o volume que a empresa produzia e a segurança em ter um canal comercial direto, por conta do processo de atendimento ao cooperado, recebimento de café e, na gôndola, levar o produto do cafeicultor para o consumidor final.
Entretanto, era preciso ter uma indústria com mais tecnologia e uma produção com rastreabilidade, segurança do alimento e certificação.
“Por isso, 2015 foi um marco para a Torrefação. Saímos de uma produção de 120toneladas por mês para uma fábrica com uma capacidade de 500 toneladas mensais por turno. Hoje, temos uma capacidade de 2.700 toneladas e, com uma produção que conta com uma operação em três turnos, a ordem de 1.300 a 1.400 toneladas mensais”, detalha.
Atualmente, a área total construída da indústria da Cooxupé é de 5.374 metros quadrados.
Inovação
Ao longo do tempo, sobretudo, o consumidor de café mudou. Antes, a indústria atendia mais um público com meia idade para cima. Agora, o jovem passou a tomar a bebida e é um consumidor atento à sustentabilidade.
Por isso, através de um forte trabalho de marketing e com o apoio de diversas pesquisas, a Torrefação Cooxupé trouxe mudanças nas embalagens dos produtos Evolutto e Prima Qualità, com o objetivo de estilizar as marcas e trazer para um conceito mais jovial. Porém, mantendo a essência do produto e da cooperativa.
“O consumo de café no Brasil ‘subiu a régua’. O café Evolutto Premium veio para atender a essa nova geração de consumidor, que quer uma bebida com perfil sensorial mais apurado, que ainda não é o gourmet, mas é um caminho para chegar até lá. No geral, a indústria brasileira fez um trabalho excepcional ao longo dos anos e, hoje, o país consome cerca de 22 milhões de sacas de café por ano, conforme dados da ABIC. Isso aconteceu exatamente pela melhora dos produtos”, explica o superintendente.
Ainda de acordo com Mário Panhotta, todas as faixas etárias consomem café atualmente e o jovem foi atraído porque pesquisas comprovaram que a bebida traz diversos benefícios à saúde. Um dos produtos que mais atraem esse novo consumidor são as monodoses.
“O consumo evoluiu com o tempo. Antes, só existia café filtrado. Aí chegaram as cápsulas de café, que são práticas, em doses únicas e sem desperdício. Além disso, é um público que quer praticidade e as monodoses existem para isso”, justifica.
Novas maneiras de consumo
Primordialmente, as cápsulas de café são, de longe, um dos produtos mais populares disponíveis. Segundo a empresa Straits Research, o mercado global de sachês e cápsulas deve movimentar cerca de US$ 50 bilhões até o final da década, confirmando a popularidade do produto.
“Culturalmente, o brasileiro gosta de café filtrado, mas quando está com mais tempo. No dia a dia, a correria exige praticidade, então as cápsulas, os sachês e os drip coffees são maneiras de consumo bem práticas e que têm agradado a todos”, ressalta Mário Panhotta.
Por outro lado, o novo perfil consumidor de café é muito exigente. Para o superintendente, sobretudo, é um público preocupado com a sustentabilidade e que questiona por qual motivo ele quer consumir aquela marca, como ela contribui para a comunidade e para as questões sociais.
“Temos o Gerações, protocolo de sustentabilidade próprio da Cooxupé, além das ações da Torrefação. Na indústria utilizamos energia renovável e fazemos reaproveitamento de biomassa vegetal como combustível. Também temos uma certificação de processos quanto à segurança do alimento, a FSSC 22000, que monitora os nossos processos físicos, químicos e biológicos da produção de café. Ainda tem todo o respeito na produção de café em relação à parte social e ambiental.
Ademais, a Torrefação tem o selo eureciclo, que garante a logística reversa após o consumo das embalagens de seus produtos. Acima de tudo, a certificação demonstra o comprometimento da indústria torrefadora com a compensação do impacto ambiental das embalagens. E a previsão é de trazer mais inovações sustentáveis ao setor nacional de cafés torrados e moídos.
Futuro da Torrefação Cooxupé
Além de celebrar seus 40 anos, a Torrefação também precisa estar preparada para o futuro. De acordo com Mário Panhotta, o brasileiro e o mundo não vão deixar de tomar café. Especialmente, o produto tem grande participação no mercado, sendo a segunda bebida mais consumida do Brasil (após a água). Portanto, é necessário ter uma boa base para dar sequência ao projeto e enfrentar os próximos desafios.
“Precisamos ter processos industriais extremamente competitivos e entender o consumidor. Os métodos de consumo vêm mudando e sabemos que daqui a 10 ou 20 anos, o que existe hoje no mercado estará defasado. Nosso grande papel, nesse sentido, é estar antenado a esse movimento. E, desde já, compreender que o público exige preço, ESG, rastreabilidade, grau de responsabilidade da empresa e saber quem produz e onde produz o café que toma”, reforça.
Ainda assim, o superintendente conta que foram muitos os desafios enfrentados nos 40 anos da Torrefação Cooxupé, mas foi possível obter sucesso.
“Tudo o que conquistamos não é só porque temos café. É porque temos história, segurança alimentar, 20 mil famílias cooperadas e tudo isso faz sentido para quem compra nossos produtos. Tivemos uma grande evolução, oferecendo ao mercado um café seguro, bom de qualidade e com preço sustentável. Inclusive, geramos valor ao cooperado e é importante reforçar que a Torrefação também é dele. Nossas marcas de café torrado e moído têm um peso no cenário nacional e tudo isso traz rentabilidade financeira aos nossos cafeicultores associados”, conclui Panhotta.
Grandes oportunidades no mercado
Para o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, a Torrefação é um orgulho na história da cooperativa. Bem como ainda tem grandes oportunidades no mercado nos próximos anos.
“Tudo começou de forma muito modesta, com o intuito de agradar aos nossos cooperados, que queriam ver o café que produzem sendo apreciado nos lares brasileiros. Com muito trabalho, esforço, dedicação e cuidado também dos nossos colaboradores, nossa empresa torrefadora cresceu. E, hoje, é uma das grandes potências brasileiras em seu setor. Nós nos orgulhamos de todas as conquistas desses 40 anos de história e, afinal, projetamos crescer ainda mais nos próximos anos. Atualmente, além de sermos uma cooperativa cafeeira admirada no mundo todo na exportação de café verde, a Cooxupé leva ao consumidor produtos de qualidade, com sustentabilidade ambiental de ponta a ponta, procedência e inovação”, completa.
Linha do tempo da Torrefação Cooxupé
– 1983: A princípio, a Cooxupé adquire uma indústria de torrefação com o objetivo de abrir um novo canal para comercialização do café produzido por seus cooperados.
– 1984: Começam os trabalhos da Torrefação Cooxupé. Em primeiro lugar, lançaram o Café Cooxupé, que apresentava uma bebida forte, com sabor encorpado e marcante.
– 1986: Vendiam o Café Cooxupé nas praças de São Paulo, Santos, Campinas, Ribeirão Preto, Orlândia, São João da Boa Vista, Belo Horizonte e Guaxupé. No final daquele ano, pois, a Torrefação já produzia 2.500 sacas de café por mês. A grande demanda levou a cooperativa a reformar e ampliar as instalações.
Década de 1990
– 1990: O Café Cooxupé obtém o Selo de Pureza da ABIC. Nesta década, aliás, a indústria comercializava quatro marcas de café. Eram eles: Cooxupé, o pioneiro; Japy; Mr. Café (tipo exportação) e Prima Qualità (café espresso).
– 1998: A empresa torrefadora já produzia a Linha Evolutto, cappuccino e sachês para máquinas de café espresso, além do espresso Terrazza.
– 1999: Lançamento da loja virtual da Torrefação. Que ampliou, em primeiro lugar, as oportunidades de vendas dos produtos diretamente para o cliente e foi um grande passo de inovação.
Anos 2000
– 2015: Inauguração da nova planta industrial, que entrou em operação no Complexo Japy com instalações modernas e inovadoras. Ademais, processos automatizados, maquinários tecnológicos e sustentabilidade.
– 2019: Ao completar 35 anos de atuação, a princípio, a Torrefação Cooxupé estava em processo de expansão comercial, ganhando participação no mercado de cafés torrados.
– 2021: Ganhou o prêmio “Melhores da Qualidade 2020/2021”, da Abic, considerado o Oscar do Café.
Principais marcos da Torrefação Cooxupé nos últimos anos
- Cooxupé inova com adoção de plataforma de e-commerce B2B
Em novembro de 2022, a Torrefação passa a usar a plataforma Salesforce. À primeira vista, a novidade da plataforma foi a adoção do e-commerce B2B, no qual clientes de todo o Brasil, varejistas, atacado e cafeterias poderiam realizar suas compras on-line. Neste cenário, pois, a cooperativa foi pioneira entre as indústrias de café na oferta de uma plataforma de e-commerce aos seus clientes Pessoa Jurídica.
- Embalagens da Torrefação adquirem selo sustentável
A Torrefação aderiu ao selo “eureciclo” em março de 2023, o que garante a logística reversa após o consumo das embalagens de café torrado e moído. Inclusive, a certificação está presente em todas as embalagens produzidas pela indústria torrefadora da coooperativa.
- Marca de café da cooperativa é a primeira do Brasil a ter certificação da ABIC para especiais
Prima Qualità Cafés Especiais conquista o selo de cafés especiais concedido pela ABIC em novembro de 2023. Antes de tudo, foi um grande passo para garantir a procedência do produto de alta qualidade produzido pela Torrefação Cooxupé.
- Renovação da certificação de qualidade e segurança do alimento
Já em dezembro de 2023, a Torrefação conseguiu a recertificação do Sistema de Gestão da Qualidade e Segurança do Alimento. Em outras palavras, ela garante que todos os procedimentos da indústria seguem os padrões da certificação FSSC 22000 na versão 5.1. Uma das mais importantes na área de segurança do alimento no mundo.
Outros marcos
- Lançamento de café e embalagens modernizadas
Durante a Femagri 2024, no mês de março, a Torrefação lançou a versão premium do café Evolutto e as novas embalagens da marca Prima Qualità. Ou seja, com o objetivo de seguir as tendências do mercado e as preferências do consumidor.
- Ranking SA+ Ecossistema de Varejo
A Torrefação Cooxupé foi contemplada, em junho deste ano, como um dos principais fornecedores de café do Brasil pela revista, que é considerada uma referência do setor. Em suma, a publicação entrevistou diversos varejistas do país e aponta indústrias com potencial para ampliar parcerias.
- Realização do primeiro Cooxupé Conecta São Paulo
Evento com realização em Indaiatuba, no interior de São Paulo, em agosto deste ano. De antemão, o objetivo do encontro é levar a indústria da Cooxupé mais próxima dos grandes varejistas, operadores e distribuidores para um processo de expansão da Torrefação.
- Maior participação em grandes eventos
Nos últimos tempos, a Torrefação tem participado cada vez mais de grandes eventos. Como treinamentos, workshops, além de encontros do agronegócio e do varejo. Entre eles, Apas, Rio2C e GAFFFF. Em conclusão, é uma importante divulgação das marcas para um público seleto e que tem trazido resultados positivos para a área de negócios da indústria torrefadora.