Café especial é uma tendência que não para de crescer
De acordo com Federação dos Cafeicultores do Cerrado, consumo de café especial cresceu 15% em 2022; conheça técnicas de extração do grão
Não é segredo: o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Só em 2022, estima-se que foram colhidas 47 milhões de sacas. Dessas, oito milhões são de café especial.
De acordo com a Federação dos Cafeicultores do Cerrado, o consumo de café especial no Brasil cresceu 15% no último ano, o que mostra que os consumidores estão cada dia mais exigentes.
Antes de mais nada, ninguém discute que o café especial é uma tendência que veio para ficar. Atualmente, só em São Paulo, já há uma imensa gama de lugares que servem bons cafés.
Variedade
Porém, com a variedade de grãos e torras, vem também as técnicas de extração para fazer a bebida.
“O café especial é uma experiência que convida a aguçar os sentidos e a curiosidade dos consumidores. Por isso, os meios de extração também são um capítulo à parte. Afinal, de cada um, você tem um produto diferente”, explica o barista e coffee hunter da No More Bad Coffee, Caio Tucunduva.
Conheça como usar cada uma das técnicas de extração de café, ensinadas pelo sócio-proprietário da Red Coffee, Haroldo Monteiro.
Kalita Wave
O método é de origem japonesa. Ele em um suporte para filtro onde sua base larga tem três pequenos furos que facilitam a extração da bebida.
A palavra “wave” (onda) se refere ao formato do filtro. Ou seja, a extração é mais consistente e homogênea.
“Essa diferença na saída do filtro é o grande mote da Kalita, pois traz para o café mais corpo”, explica Monteiro.
Hario 60
Em primeiro lugar, Monteiro conta que o método japonês oferece um café mais suave e delicado.
O formato espiral e as linhas por dentro do coador oferecem como resultado um café limpo e sem resíduo.
Além disso, o número 60 se refere ao ângulo de 60 graus do coador.
Aeropress
Um criador de brinquedos nos Estados Unidos desenvolveu o método Aeropress. A técnica tem um sistema parecido com uma seringa: em um tubo são colocados o café e o filtro.
Na sequência, é preciso despejar a água quente e fazer a pressão com um êmbolo para a saída do café especial.
“Como o café é feito de forma mais rápida, ele libera mais óleos e deixa a bebida mais encorpada, lembrando um espresso, mas manualmente”, comenta Monteiro.
Chemex
De antemão, por conta de seu design interessante, de uma mistura de ampulheta com béquer, o produto chegou a ficar exposto no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Na parte de cima do vidro, coloca-se um filtro de papel, mais espesso que o tradicional, dobrado de uma forma a fazer uma tripla filtração.
Antes de ter o pó adicionado, o filtro recebe água quente. Nesse meio tempo, coloca-se o café e, então, adiciona mais água.
“O resultado é um café decantado, bem limpo e sem resíduos, onde a acidez é bem equilibrada”, ressalta Monteiro.
Prensa Francesa
A princípio bem parecida com o método Aeropress, a pressão é que vai fazer todo o trabalho.
“Ela extrai o que tem de melhor no café, porém deixa um pouco de resíduo. Um ponto importante quando for usar a prensa francesa: é preciso que o grão tenha sido moído com uma granulagem mais grossa”, informa Monteiro.
Sifão
Antes de tudo, o design por si só já chama a atenção. Mas a preparação da bebida é um show à parte. É um dos métodos mais antigos, de 1840, criado por um químico alemão.
Nesse sentido, é necessário aquecer por uma chama uma estrutura com um globo e um tubo. Coloca-se água no globo que, quando aquecida, vai para a parte de cima, momento que se junta o pó.
Depois, tira-se a chama e o que acontece é que o café especial é coado e sai limpo no globo. “O resultado é um café cheio de sabor, que mantém seus óleos devido ao uso do filtro de alumínio”, destaca Monteiro.
Moka
Definitivamente, muitos a conhecem como cafeteira italiana.
Em suma, ela lembra o processo do sifão: a água da parte debaixo, quando fervida, se encontra com a parte do meio onde está o pó do café, é filtrada e chega na parte de cima, pronto para consumo.