Colheita do café: entenda o passo a passo
Período influencia diretamente nas características e qualidade do produto que é negociado
Você sabe quais caminhos o café percorre até chegar a sua mesa? A princípio, diferentes e detalhadas etapas fazem parte da produção.
E, especialmente, a colheita do café é uma das partes mais importantes desse percurso. A seguir você vai entender os motivos, com a ajuda do Hub do Café.
Navegue pelo conteúdo:
- Como é feita a colheita de café?
- Qual o ponto ideal da colheita do café?
- Colheita de café em Minas
- Colheita de café no Brasil
Como é feita a colheita de café?
A colheita é o processo em que são selecionadas as melhores cerejas da lavoura. E que garantem, portanto, um café de qualidade e procedência reconhecidas.
Contudo, para se chegar até o momento ideal para a colheita, é necessário planejar todas as etapas com muita atenção.
Afinal, ao considerarmos aspectos sociais e econômicos da lavoura, a colheita do café corresponde à operação mais importante, pois, influencia diretamente na boa qualidade do produto que é negociado.
Qual o ponto ideal da colheita do café?
A época ideal da colheita depende de fatores relativos ao terroir e à lavoura como, por exemplo, a variedade, sistema de plantio, pluviosidade, solo e exposição ao sol que acabam influenciando diretamente nos frutos.
No Brasil, especificamente, a colheita costuma ocorrer desde abril até setembro, se intensificando no período entre junho e agosto mas, obviamente, isso varia de lavoura em lavoura.
O processo de colheita deve ocorrer no momento de maior uniformidade de maturação. Ou seja, com o mínimo possível de frutos verdes (chumbinhos) e de cerejas em estágio de pós-maturação (passas ou secos).
Isso porque os primeiros causam prejuízos quanto a aspectos como desgaste do cafeeiro, classificação por tipo, valor de mercado, entre outros.
Já os que sofrem fermentação negativa nessa maturação excessiva aumentam, ainda, a quantidade de cafés de varrição (cerejas que caem do cafeeiro e são recolhidas).
Colheita de café em Minas
Cada região tem suas características, que envolvem relevo, altitude e outras especificidades. E, em síntese, essas particularidades influenciam na produção e qualidade do café.
De acordo com o coordenador do Departamento de Classificação da Cooxupé, Luiz Evandro Ribeiro, a depender das condições da região, esse processo ocorre, prioritariamente, de diferentes formas.
“Na Mogiana ocorre a colheita mecanizada de café em parte das lavouras, sendo que na outra parte, a indicação é pela colheita de café manual. No Sul de Minas temos boa parte mecanizada. E no Cerrado, a colheita é 100% mecanizada”, explica.
Mas, sempre, fica a cargo do produtor saber a hora certa de começar esse processo. A indicação é que, aproximadamente, 30 dias antes ocorra a arruação da lavoura, para fazer a limpeza do solo próximo aos pés de café. Isso ajuda, pois, a retirar mato e resíduos para facilitar a colheita.
Colheita de café no Brasil
Atualmente, o café é um dos principais produtos brasileiros com grande impacto, inclusive, nas exportações e na imagem país afora.
Mas, nem sempre foi assim. O fruto começou a ser cultivado em solo nacional apenas no século XVIII. Indo, timidamente, do Pará para outras regiões, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo.
Contudo, apenas no século XIX a produção cafeeira aumentou, levando a lucros e à urgência pela modernização do processo que, apenas décadas depois, passaria pelo treinamento da mão de obra, uso de tecnologias, melhor aproveitamento dos recursos, com especial atenção à produção, armazenamento e transporte, como conta Luiz Evandro.
“Os produtos destinados ao mercado internacional seguem um rigoroso padrão de qualidade. Antes, o café verde “in natura” era transportado em sacos para colheita de café, preservando suas características. Mas, hoje, o transporte é feito em bags ou a granel devido à praticidade”, frisa.
E mesmo os pequenos produtores, que representam a maioria dos cafeicultores da cooperativa Cooxupé, acabam sendo beneficiados pela popularização da tecnologia. Ela reduz os custos de produção e viabiliza a colheita na lavoura, como reforça o coordenador do Departamento de Classificação.
“As derriçadeiras, conhecidas como mãozinhas, são máquinas menores e mais práticas que ajudam na colheita do café. Elas têm ganchos que auxiliam no trabalho em locais montanhosos e, assim, podem substituir os trabalhadores na derriça manual”, pontua Luiz Evandro.